Musicbox, 16 Anos & 4 Dias de Festa

De 7 a 10 de Dezembro, o Musicbox assinala o seu 16º aniversário com um programa-celebração que junta Sopa de Pedra, Capitão Fausto, Iolanda, Ko Shin Moon, Extrazen, Deekapz e mais.   

Os festejos começam no dia 7 de Dezembro com uma sessão de entrada livre que olha à música emergente nacional – do screamo ao hip-hop, de Viana do Castelo ao Barreiro – com os concertos de Hetta, Leesho, Iolanda e Cookie Jane. A sessão de clubbing desse dia gira em torno das batidas da global bass e é protagonizada pelo duo de produtores paulistanos Deekapz, a quem se juntam a produtora e DJ Trafulha e o coletivo e editora Love In The Endz, representada pelos fundadores Daviaa, Blue Cañarinho e Loelash. 

A 8 de Dezembro, Sopa de Pedra atua pela primeira vez no Musicbox. O colectivo encabeça um dos mais entusiasmantes projetos de investigação musical do país, explorando o repertório de música popular portuguesa por via de arranjos polifónicos e a capella. Na sessão de clubbing, Diana Oliveira e Meibi percorrem o espectro da House e do Techno com a excelência que pautam os seus sets. 

No dia 9, Capitão Fausto celebram os 16 anos deste palco com o qual partilham uma década de vida comum, sempre marcada por regressos anuais. Na pista de dança, o psicadelismo cruza-se com a space disco e o saz elétrico na estreia de Ko Shin Moon, duo de música electro folk. O resto da noite é entregue a Chima Hiro, DJ cujo gosto musical irrepreensível a tornou sinónimo de noites invariavelmente dançáveis.

O último dia de celebrações de aniversário (10) soma mais duas estreias: o produtor e compositor Extrazen faz o debute na capital para apresentar o seu primeiro disco I THINK I THINK TOO MUCH. Na primeira parte desta sessão atua Ivan$ito, artista chileno-dinamarquês e nova estrela do reggaeton na Dinamarca. As festividades encerram com a residência mais antiga do Musicbox e aquela que já dispensa apresentações: Noite Princípe.

O Musicbox tem uma importância tão evidente quanto difícil de verbalizar na cena musical lisboeta, em particular, e nacional, no geral. Na vida da ROMA INVERSA a sala do Cais Sodré pode ter a sua relevância exemplificada através de dois momentos…

No seu 10º aniversário, em 2016, o MusicBox recebeu uma espécie de “lado B” dos Sunn o))). Estavam 5 stacks no palco do MusicBox, uma parede composta por 5 pilares encimados por cabeços Ampeg e ainda duas misteriosas e pequenas unidades nas colunas do centro, cruzando-se com os dois SVT II PR e com colunas Marshall. É como um EQ gigante, cada pilar controla uma zona de frequências.

O sentido experimental dos Sunn o))) ultrapassa largamente o espectro negativo tantas vezes associado ao que se chama de sonoridades extremas. A força física do som da banda possui um sentido xamânico e, no final, catártico. A potência extrema dos amps une a assimetria entre mundo sensível e mundo inteligível, racionalismo e misticismo. Surpreende o metodismo com que, inspirados no imenso poder dos amps que homenageiam, a banda constrói mantras valvulados. Tivemos a oportunidade de desvendar um pouco desse universo onde o mecânico e o espiritual se tocam, na última vez que Stephen O’Malley esteve em Lisboa.

Mais recentemente estivemos diante de adjectivos como poderoso, massivo, monolítico, pesado, arrasador, etc., que se tornaram recorrentes para descrever a sonoridade dos PROCESSOFGUILT [POG]. Certamente que foram abundantemente utilizados para descrever a noite de Maio de 2022 em que a banda subiu ao palco do Musicbox, em Lisboa, para apresentar “Slaves Beneath The Sun”. Esses adjectivos continuam a ser ilustrativos dos POG, mas já não são o núcleo sonoro da banda desde o anterior álbum, “Black Earth” [2017].

Toda a programação das celebrações do 16º aniversário e bilhetes à venda em musicboxlisboa.com.

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