“In Times New Roman…”, o oitavo álbum na discografia dos Queens Of The Stone Age é editado em Junho de 2023. Eis os detalhes…
Foi em 2017 que os Queens Of The Stone Age editaram “Villains”. Um disco que mostra os Queens Of The Stone Age a provarem aquilo em que, no seu típico humor, Josh Homme sempre acreditou: que o rock deve ser suficientemente pesado para os rapazes gostarem e doce quanto baste para as raparigas.
Num ápice, passaram seis anos sem nova música, o que está prestes a terminar. A 8 de Maio, a banda liderada por Josh Homme brincou numa publicação nas suas redes sociais: «Esta vai ser a nossa semana especial!». No dia seguinte ofereceram um teaser de dez segundos de nova música, acompanhados por um clip com uma mulher desnudada, com uma pandeireta na mão e uma serpente no ombro, enquanto olha para um globo em chamas e a legenda «The World’s Gonna End».
O Reddit entrou em frenesim e, do outro lado do mundo, na Nova Zelândia, surgiu um leak do disco (rapidamente eliminado por banda e label). Aliás, o próprio website da banda, num erro de marketing, disponibilizou o pre-order do disco extemporaneamente. Se o áudio se eclipsou, remanesceram o artwork, título e alinhamento do álbum que deixavam adivinhar que, a editar em Junho de 2023, “In Times New Roman…” será o oitavo álbum de estúdio dos Queens Of The Stone Age. coleccionando os seguintes dez temas: Obscenery; Paper Machete; Negative Space; Time & Place; Made to Parage; Carnavoyeur; What the Peephole Say; Sicily; Emotion Sickness e Straight Jacket Fitting.
O novo de álbum de Queens Of The Stone Age está a ser gravado, pelo menos, desde 2019, e em Junho desse ano iniciaram os rumores de que vai conter algumas colaborações de peso. Billy Gibbons e Dave Grohl são dois nomes confirmados pelo próprio guitarrista e líder dos ZZ Top, numa entrevista à eonmusic durante o festival Hellfest. Gibbons confessou, na altura, que «há um mês atrás estava a gravar um álbum com os Queens Of The Stone Age, e o Dave Grohl também participou e decidiu organizar um grande churrasco. Houve então um encontro interessante. Passámos uma hora a contar histórias…»
Um par de meses depois, o líder dos Foo Fighters descartou possibilidade de fazer parte do próximo álbum da banda de Josh Homme, ainda que não tenha sido peremptório. Gibbons estará de facto presente no disco, mas Grohl garante que ele e Homme são apenas amigos que têm passado algum tempo juntos.
«Nunca disse que estava no novo álbum dos Queens. Não estou no álbum. Sabem o que eu e o Josh temos feito juntos?», inquiriu Grohl à NME, dando ele próprio a resposta: «Temos andado de mota e comido waffles. Só isso. Deixem-me dizer que isso são manhãs bem divertidas. Já o fizemos um par de vezes e é óptimo. Gostava de estar no novo álbum dos Queens. Adoro tocar com o Josh. Ele é um dos meus melhores amigos mas, de momento, apenas andamos de mota e comemos waffles».
Vale a pena relembrar que Dave Grohl não é estranho nenhum aos Queens Of The Stone Age, visto que foi baterista da banda entre 2001 e 2002 e gravou o álbum “Songs For The Deaf” editado em 2002. O último disco de QOTSA em que o ex-Nirvana esteve envolvido foi “…Like Clockwork”.

Oficial
O website e as redes sociais dos Queens Of The Stone Age, entretanto, publicaram oficialmente os detalhes da informação que confirma a capa, o título e o alinhamento que avançámos anteriormente. Fica apenas por esclarecer se há convidados no disco (uma tradição nos QOTSA) e quais, sendo certo que o line-up permanece sólido com Johsh Homme, Troy Van Leeuwen, Dean Fertita, Michael Shuman e Jon Theodore. “In Times New Roman…” foi gravado no estúdio Shangri-La, propriedade de Rick Rubin, com captações adicionais no estúdio de Homme, o Pink Duck, e as misturas ficaram a cargo de Mark Rankin. Podem verificar e fazer a pré-encomenda de “In Times New Roman…” no link oficial dos QOTSA, com o vinil a ser expedido no dia 16 de Junho de 2023 – data exacta para a edição do trabalho.
Entretanto, a banda tem vindo a estrear vários singles do álbum, caso de “Emotion Sickness”, “Carnavoyeur” e “Paper Machete”. O primeiro parece pegar precisamente no ponto em que a banda nos deixou em “Villains” e que prova aquilo em que, no seu típico humor, Josh Homme sempre acreditou: que o rock deve ser suficientemente pesado para os rapazes gostarem e doce quanto baste para as raparigas.
Alguns dias depois foi apresentado mais um dos malhões do disco, um melodioso exercício que artsy que oscila entre o glam e o prog rock, intitulado “Carnavoyeur”. Tema que deixa claro que “In Times New Roman…” soa como uma banda a criar a música que os seus membros querem ouvir, ao mesmo tempo que abrem um fórum sónico em torno do qual nos congregamos, pejado de épicas progressões melódicas, processamento grandioso de guitarras e síncopes rítmicas, rumo a um final apoteótico.
No dia 14 de Junho, a banda libertou “Paper Machete”. A estreia foi acompanhada por declarações públicas impactantes, quando Josh Homme revelou ter sido diagnosticado com cancro em 2022. No entanto, com a ironia que já se lhe conhece, o músico descreveu o seu diagnóstico como «a cereja no topo de um período interessante» da sua vida. Sem soar irreverente, o músico abordou de forma sincera a sua experiência numa entrevista recente e explica que foi já submetido a uma bem sucedida cirurgia para retirar o cancro, que conseguiu vencer no espaço de um ano. «Nunca digo que as coisas não podem ficar piores. Nunca digo isso e não aconselharia ninguém a dizê-lo. Mas digo que as coisas podem melhorar. O cancro foi apenas a cereja no topo de um período interessante, sabem? Estou extremamente grato por superar isso e, quando olhar para trás, vou vê-lo como um momento fodido — mas que me tornou melhor. Estou bem com isso. Há muitas coisas que quero fazer. E há muitas pessoas com quem quero fazer isso».
Além de revelar a luta com o cancro, o músico abordou outros assuntos pessoais durante uma conversa bem franca e até falou sobre o divórcio e consequente batalha pela custódia dos filhos com Brody Dalle. Homme garante que essa situação muito contribuiu para aquilo que descreve como «os quatro anos mais sombrios» da sua vida. «Tive, definitivamente, um caso sério de doença emocional. Inclusivamente, houve momentos em que quase não consegui aguentar-me. É bom refletir sobre isso. Não é nada bom ficar com tudo dentro de nós, e às vezes sinto muito por mim mesmo. Estes foram os quatro anos mais sombrios da minha vida. Mas tudo bem também. Estou a lidar com as mágoas, com os meus erros, com as mortes e com os meus problemas físicos – mesmo que tudo isso tenha acontecido e despedaçado a minha antiga vida, as peças permitiram-me construir um navio que está prestes a ser lançado».
“In Times New Roman…” vai fechar aquilo que, conceptualmente, pode ser considerado uma trilogia com os álbuns “…Like Clockwork” e “Villains”. Dia 16 de Junho os detalhes serão todos revelados.
Um pensamento sobre “Queens Of The Stone Age, Neo Romanos”