Blind Guardian

Blind Guardian Retornam a Portugal em 2024

Apenas pelas segunda vez na sua longa e triunfal carreira, os Blind Guardian vão actuar em Portugal. A banda de Krefeld trará o intenso magnetismo do seu power metal ao Vagos Metal Fest 2024.

Decorria ainda o segundo dia da edição de 2023 do Vagos Metal Fest, na Quinta Do Ega, Aveiro, quando a Amazing Events, promotora responsável pelo festival, revelou os primeiros detalhes relativamente ao regresso do festival no próximo ano. Assim sendo, sabe-se que a 7.ª edição do evento vai decorrer nos dias 2, 3 e 4 de Agosto de 2024, e conta com os alemães Blind Guardian, powerhouse do heavy/power metal, como grandes cabeças-de-cartaz. Com presença já confirmada, em termos de nomes internacionais, temos os suíços Samael, a que juntam também os lusos Mão Morta e Toxikull.

Em comunicado no Facebook oficial do festival, lê-se: «queremos anunciar já ao nosso querido público que a próxima edição irá decorrer nos dias 2,3 e 4 de Agosto de 2024 e anunciar também quatro nomes que irão fazer do próximo Vagos Metal Fest uma edição imperdível para qualquer metalhead. O primeiro nome a anunciar são os Blind Guardian! Sim, leste bem, os lendários Blind Guardian serão um dos headliners do Vagos Metal Fest 2024! Um dos nomes mais pedidos e aguardados pelos nossos festivaleiros nos últimos anos virá finalmente a Vagos distribuir magia, histórias de fantasia, música majestosa, e muito peso! Um nome epopeico a não perder!

O segundo nome a anunciar são os senhores das trevas Samael, a mítica banda de Black Metal volta a Portugal, para inundar Vagos de turvas sombras e sons de uma brutalidade inigualável. O terceiro nome a anunciar são os atemorizantes Mão Morta. Mestres da arte poética dramática negra e nome clássico sonante da música Portuguesa, irão trazer ao recinto do Vagos uma névoa tenebrosa e hipnotizante que não deixará qualquer alma indiferente.

O quarto nome a anunciar são os poderosos Toxikull. A irreverente banda Portuguesa de Heavy Metal Clássico que continua a conquistar fronteiras pelo mundo fora, irá marcar presença nos palcos da Capital do Metal, num momento de nostalgia, riffs ferozes e vozes cortantes como manda a lei Old School!»

Mais informações serão, certamente, disponibilizadas em breve, mas para já, a Amazing Events informa que os primeiros bilhetes para a edição de 2024 estarão disponíveis apenas nas bilheteiras do festival até ao último dia da presente edição (5 de Agosto) e terão o custo de 70 euros.

Para lá dos superlativos usados no texto do comunicado da organização do festival, vale a pena colocar o foco nos headliners que apenas pela segunda vez na sua longa carreira vão estar em Portugal, depois de um longínquo concerto em 2009, na Ilha do Ermal.

O heavy metal sempre extraiu muito do seu conteúdo ao universo literário fantástico. Até pela herança de muitas bandas do género se situar no prog rock dos anos 70, cujos temas líricos acompanhavam uma transcendência que a sonoridade impunha ao mundo racional do ouvinte. É nessa idade quase lendária do rock que surgiram os álbuns conceptuais e as óperas rock. Com essas influências e partindo do thrash e speed metal, os Blind Guardian fizeram a sua discografia em crescendo de maturação e descoberta de fusão entre uma atmosfera medieval, mágica e elementos épicos – no mundo da música só ao alcance das sonoridades dentro do heavy metal ou da música clássica – com enormes e complexas camadas de orquestração e registos vocais.

Anteriormente conhecida como Lucifer’s Heritage, Blind Guardian é uma daquelas bandas que optaram por não dramatizar as suas aparições ao vivo. A partir daí, em vez de visualmente, a viagem é feita musicalmente. E por uma boa razão: é com o ritmo dos seus voos de seis cordas e as batidas do seu duplo pedal de bombo que a banda de Hansi Kürsch transporta o ouvinte das pacíficas colinas do Shire para o tumulto dos campos de batalha de Pelennor.

Se a estrutura rítmica é relativamente simples, com o intuito de ser eficaz e suportar os múltiplos arranjos melódicos, é no trabalho de orquestração, que as várias linhas de guitarra e nas camadas vocais sobrepostas, que a obra se torna fenomenal. A criatividade e majestade dos vários elementos roçam o som dos Queen, mas também a intensidade dum Wagner, cuja complexidade é descoberta a cada nova audição, cada detalhe desvendado emotivamente em paralelo com o relembrar do livro.

Terão percebido, por esta altura, que os Blind Guardian são fãs da fantasia heróica, e mais particularmente do papa do género: J.R.R. Tolkien. Um universo mágico que permeia grande parte da sua discografia, desde o álbum “Battalions of Fear” (1989) até “Beyond The Red Mirror” (2015). O orquestral “Legacy of the Dark Lands” (2019) serve de banda-sonora a um novíssimo universo da literatura fantástica e “The God Machine” (2022) foca-se em Neil Gaiman. Os temas perpassam dramatismo e encanto pelos personagens do livro, com enormes petardos de heavy metal, momentos sinfónicos épicos e momentos de fusão com motivos melódicos, duma ancestralidade mágica e medieval, irresistíveis, numa estrutura colossal.

Depois de alguma inconsistência e maior experimentação sónica nos três discos anteriores (mais o trabalho puramente orquestral), os Blind Guardian foram recuperar a força das suas origens thrash e speed metal e fundi-las com a sua tradicional competência e majestade nos arranjos e progressões melódicas no seu mais recente álbum. “The God Machine” transporta um equilíbrio que não se sentia há duas décadas, desde “A Night At The Opera”.

Foto dos Blind Guardian de Dirk “The Pixeleye” Behlau.

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