Lançado em 1993, “Live: Right Here, Right Now” é o primeiro álbum ao vivo dos Van Halen. É o único álbum ao vivo da banda com Sammy Hagar e permaneceu como único nessa categoria até ao lançamento do “Tokyo Dome Live in Concert”, em 2015.
O álbum combina canções executadas durante duas noites, em Maio de 1992, na Selland Arena, em Fresno, CA. A maioria das canções escolhidas para a tracklist foram extraídas da primeira noite, tais como os solos interpretados por Eddie Van Halen e Sammy Hagar. Há muito debate sobre se as canções deste álbum foram ou não adulteradas em estúdio, uma vez que a transmissão original destas canções nos Cabo Wabo, em 1992, soava muito mais crua e não misturada, parecendo mais verdadeiro o som ao vivo da banda do que a gravação que acabou por ser editada.
De resto, Sammy Hagar confirma no seu livro, “Red, My Uncensored Life in Rock”, que teve de «entrar na cabine vocal do estúdio 5150 com um vídeo do concerto a tocar numa televisão e teve de voltar a cantar o concerto inteiro». Isto deveu-se aos irmãos Alex e Eddie Van Halen corrigirem coisas na pós-produção que ou mudaram a velocidade das suas linhas vocais ou a afinação em que ele se encontrava.
O álbum integra apenas quatro canções da era David Lee Roth (incluindo a versão dos Van Halen de “You Really Got Me” dos The Kinks) e inclui duas canções dos anos de Sammy Hagar a solo. Há também solos de bateria e baixo e a cover de uma canção do The Who, uma das grandes influências da banda. O álbum de estúdio mais representado é o que a banda estava a promover em tour: “For Unlawful Carnal Knowledge”, com dez das suas onze canções aqui presentes. “The Dream Is Over” foi a única faixa não incluída no disco, mas está presente no lançamento em DVD.
A fotografia da capa do álbum foi tirada em Junho de 1988, depois de um tornado que se abateu em Smyrna, Delaware. As filmagens foram feitas com 15 câmaras durante duas noites, 14 e 15 de Maio de 1992, e editadas por Mitchell Sinoway, sendo a maior parte das filmagens e música provenientes da segunda noite, por oposição ao disco.
Se já ouviram as gravações em bruto (existem pela net) e mesmo a edição em vídeo, menos alterada, sabem que é uma pena que o álbum tenha sofrido tantos overdubs, pois mesmo soando mais crus, os Van Halen estavam num pico de forma nesta época. Sammy Hagar, Eddie e Alex Van Halen e Michael Anthony, sem esquecer os apontamentos de sintetização que Alan Fitzgerald faz na “sombra” dos holofotes, emprestam uma energia e um músculo tremendo a estas canções.
O álbum abre logo explosivo, com os berbequins de “Poundcake” sobre a aclamação da extensa plateia. Segue-se “Judgement Day” e aguenta-te pescoço, com o solo dedilhado de Eddie a destacar-se vibrante dos densos riffs. O álbum “F.U.C.K” em grande, de facto. Depois, essa tremenda energia, com os ajustes em estúdio soa com as notas absolutamente perfeitas. E o pungente discurso de Hagar em “Right Now”…
Mas se, em retrospectiva, saber que foi tudo polido na pós-produção vos retira o hard on por este disco, então atirem-se a “Live Without A Net”, que é ainda mais vigoroso. Infelizmente não foi editado em disco. Naturalmente que tendo apenas quatro temas da era Roth, faltam aqui muitos malhões. Todavia, é o vibrante retrato de uma era que culminou em “Balance”.
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